![Resenha Crítica Que Horas Ela Volta? (2015) Cine Resenhas](https://old.wearerewritten.com/wp-content/uploads/2023/04/1fdc0f893412ce55f0d2811821b84d3b-20789.jpg)
O filme Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert, é uma obra cinematográfica que aborda questões sociais e políticas do Brasil contemporâneo. Um dos temas centrais do filme é o preconceito linguístico, que é representado por meio da personagem Jéssica, interpretada por Camila Márdila.
Contexto do filme
O filme conta a história de Val, uma empregada doméstica que trabalha na casa de uma família de classe média alta em São Paulo. Val é interpretada por Regina Casé e sua filha, Jéssica, vem visitá-la após muitos anos de ausência. A partir daí, começam a surgir conflitos entre a família e a jovem, que é estudante e tem uma educação formal diferenciada da que é comum para pessoas em sua posição social.
Além de trazer à tona questões sobre desigualdade social, o filme também aborda o preconceito linguístico, que é a discriminação baseada no modo de falar de uma pessoa. Jéssica fala um português padrão, com correção gramatical e sem gírias, o que é visto como estranho pelos membros da família que a empregam e por seus colegas na escola.
Preconceito linguístico no Brasil
O preconceito linguístico é uma realidade no Brasil e pode ser observado em diferentes contextos, desde a escola até o mercado de trabalho. A variedade linguística considerada padrão é o português culto, que é ensinado nas escolas e utilizado pela mídia e pelos meios formais de comunicação. No entanto, existem muitas outras formas de falar o português que são igualmente válidas e fazem parte da diversidade linguística do país.
Infelizmente, a norma culta é vista como superior e quem não a domina é muitas vezes discriminado e visto como menos inteligente ou menos capaz. Esse tipo de preconceito é especialmente comum em relação ao sotaque, que é um aspecto da língua que muitas vezes é associado a determinadas regiões ou classes sociais.
Representação do preconceito linguístico em Que Horas Ela Volta?
No filme, o preconceito linguístico é representado de várias formas. Uma delas é a dificuldade que Jéssica enfrenta para se comunicar com as pessoas em seu ambiente, tanto na escola quanto na casa em que sua mãe trabalha. Ela é vista como diferente e estranha por falar um português correto e sem gírias, o que é considerado incomum para alguém de sua posição social.
Além disso, Jéssica é constantemente corrigida pelas pessoas ao seu redor, que apontam erros em sua fala e fazem comentários sobre seu sotaque. Ela é vista como uma intrusa por falar um português que é considerado “de rico” e que não é comum entre as pessoas de sua classe social.
Outra forma de preconceito linguístico presente no filme é a ideia de que falar corretamente é algo elitista e que não faz parte da cultura popular. Essa visão é reforçada por personagens como a mãe de Jéssica, que acredita que falar “certo” é uma forma de se distanciar de suas origens e de sua cultura.
Consequências do preconceito linguístico
O preconceito linguístico pode ter consequências graves para as pessoas que o sofrem. Além da discriminação e do isolamento social, a falta de acesso à norma culta pode prejudicar a vida profissional e acadêmica das pessoas, já que muitas oportunidades exigem o domínio do português padrão.
Além disso, a visão estereotipada de que determinados sotaques ou formas de falar são inferiores pode levar as pessoas a internalizarem esses preconceitos e acreditarem que não são capazes de falar corretamente. Isso pode gerar insegurança e baixa autoestima, o que pode afetar a vida pessoal e profissional das pessoas.
Conclusão
O filme Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, é uma obra importante que aborda questões sociais e políticas do Brasil contemporâneo. Um dos temas centrais do filme é o preconceito linguístico, que é uma realidade no país e pode ter consequências graves para as pessoas que o sofrem.
É importante lembrar que todas as formas de falar o português são válidas e fazem parte da diversidade linguística do país. O preconceito linguístico não deve ser tolerado e é preciso lutar contra ele para garantir que todas as pessoas tenham acesso à educação e às oportunidades que merecem.
FAQs
1. O que é preconceito linguístico?
O preconceito linguístico é a discriminação baseada no modo de falar de uma pessoa. Ele ocorre quando a norma culta é vista como superior e quem não a domina é discriminado e visto como menos inteligente ou menos capaz.
2. Como o preconceito linguístico afeta as pessoas?
O preconceito linguístico pode levar à discriminação e ao isolamento social, além de prejudicar a vida profissional e acadêmica das pessoas. A visão estereotipada de que determinados sotaques ou formas de falar são inferiores pode levar as pessoas a internalizarem esses preconceitos e acreditarem que não são capazes de falar corretamente, o que pode gerar insegurança e baixa autoestima.
3. Como combater o preconceito linguístico?
Para combater o preconceito linguístico, é importante reconhecer que todas as formas de falar o português são válidas e fazem parte da diversidade linguística do país. É preciso lutar contra a discriminação e garantir que todas as pessoas tenham acesso à educação e às oportunidades que merecem, independentemente de sua forma de falar.
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