Que Horas Ela Volta: Preconceito Linguístico

Reza January 22, 2023
Resenha Crítica Que Horas Ela Volta? (2015) Cine Resenhas

O filme Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert, é uma obra cinematográfica que aborda questões sociais e políticas do Brasil contemporâneo. Um dos temas centrais do filme é o preconceito linguístico, que é representado por meio da personagem Jéssica, interpretada por Camila Márdila.

Contexto do filme

O filme conta a história de Val, uma empregada doméstica que trabalha na casa de uma família de classe média alta em São Paulo. Val é interpretada por Regina Casé e sua filha, Jéssica, vem visitá-la após muitos anos de ausência. A partir daí, começam a surgir conflitos entre a família e a jovem, que é estudante e tem uma educação formal diferenciada da que é comum para pessoas em sua posição social.

Além de trazer à tona questões sobre desigualdade social, o filme também aborda o preconceito linguístico, que é a discriminação baseada no modo de falar de uma pessoa. Jéssica fala um português padrão, com correção gramatical e sem gírias, o que é visto como estranho pelos membros da família que a empregam e por seus colegas na escola.

Preconceito linguístico no Brasil

O preconceito linguístico é uma realidade no Brasil e pode ser observado em diferentes contextos, desde a escola até o mercado de trabalho. A variedade linguística considerada padrão é o português culto, que é ensinado nas escolas e utilizado pela mídia e pelos meios formais de comunicação. No entanto, existem muitas outras formas de falar o português que são igualmente válidas e fazem parte da diversidade linguística do país.

Infelizmente, a norma culta é vista como superior e quem não a domina é muitas vezes discriminado e visto como menos inteligente ou menos capaz. Esse tipo de preconceito é especialmente comum em relação ao sotaque, que é um aspecto da língua que muitas vezes é associado a determinadas regiões ou classes sociais.

Representação do preconceito linguístico em Que Horas Ela Volta?

No filme, o preconceito linguístico é representado de várias formas. Uma delas é a dificuldade que Jéssica enfrenta para se comunicar com as pessoas em seu ambiente, tanto na escola quanto na casa em que sua mãe trabalha. Ela é vista como diferente e estranha por falar um português correto e sem gírias, o que é considerado incomum para alguém de sua posição social.

For more information, please click the button below.

Além disso, Jéssica é constantemente corrigida pelas pessoas ao seu redor, que apontam erros em sua fala e fazem comentários sobre seu sotaque. Ela é vista como uma intrusa por falar um português que é considerado “de rico” e que não é comum entre as pessoas de sua classe social.

Outra forma de preconceito linguístico presente no filme é a ideia de que falar corretamente é algo elitista e que não faz parte da cultura popular. Essa visão é reforçada por personagens como a mãe de Jéssica, que acredita que falar “certo” é uma forma de se distanciar de suas origens e de sua cultura.

Consequências do preconceito linguístico

O preconceito linguístico pode ter consequências graves para as pessoas que o sofrem. Além da discriminação e do isolamento social, a falta de acesso à norma culta pode prejudicar a vida profissional e acadêmica das pessoas, já que muitas oportunidades exigem o domínio do português padrão.

Além disso, a visão estereotipada de que determinados sotaques ou formas de falar são inferiores pode levar as pessoas a internalizarem esses preconceitos e acreditarem que não são capazes de falar corretamente. Isso pode gerar insegurança e baixa autoestima, o que pode afetar a vida pessoal e profissional das pessoas.

Conclusão

O filme Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, é uma obra importante que aborda questões sociais e políticas do Brasil contemporâneo. Um dos temas centrais do filme é o preconceito linguístico, que é uma realidade no país e pode ter consequências graves para as pessoas que o sofrem.

É importante lembrar que todas as formas de falar o português são válidas e fazem parte da diversidade linguística do país. O preconceito linguístico não deve ser tolerado e é preciso lutar contra ele para garantir que todas as pessoas tenham acesso à educação e às oportunidades que merecem.

FAQs

1. O que é preconceito linguístico?

O preconceito linguístico é a discriminação baseada no modo de falar de uma pessoa. Ele ocorre quando a norma culta é vista como superior e quem não a domina é discriminado e visto como menos inteligente ou menos capaz.

2. Como o preconceito linguístico afeta as pessoas?

O preconceito linguístico pode levar à discriminação e ao isolamento social, além de prejudicar a vida profissional e acadêmica das pessoas. A visão estereotipada de que determinados sotaques ou formas de falar são inferiores pode levar as pessoas a internalizarem esses preconceitos e acreditarem que não são capazes de falar corretamente, o que pode gerar insegurança e baixa autoestima.

3. Como combater o preconceito linguístico?

Para combater o preconceito linguístico, é importante reconhecer que todas as formas de falar o português são válidas e fazem parte da diversidade linguística do país. É preciso lutar contra a discriminação e garantir que todas as pessoas tenham acesso à educação e às oportunidades que merecem, independentemente de sua forma de falar.

Related video of que horas ela volta preconceito linguistico

Reza Herlambang

Eu sou um escritor profissional na área de educação há mais de 5 anos, escrevendo artigos sobre educação e ensino para crianças na escola.

Leave a Comment

Artikel Terkait