Introdução

Anita Malfatti é uma das artistas mais importantes da história da arte brasileira. Seu nome é lembrado principalmente por sua participação na Semana de Arte Moderna de 1922, um marco na história da arte brasileira que trouxe para o país as principais correntes do modernismo europeu. No entanto, antes de se tornar uma artista consagrada, Anita Malfatti foi uma estudante de arte que teve uma experiência marcante em sua formação: sua viagem à Rússia.

A Viagem à Rússia

Anita Malfatti nasceu em São Paulo em 1889 e desde cedo mostrou aptidão para a arte. Em 1910, ela foi estudar em Paris, onde teve contato com as principais correntes artísticas da época, como o fauvismo e o cubismo. No entanto, foi em 1914, aos 25 anos, que ela viveu uma experiência que mudaria sua vida e sua arte: sua viagem à Rússia. Na época, a Rússia passava por profundas transformações políticas e sociais. O país estava em plena Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa ainda estava por vir. No entanto, Anita Malfatti não estava interessada em política: ela queria conhecer a arte russa. Ela viajou para a Rússia com o objetivo de estudar as técnicas e os estilos dos artistas russos e de aprimorar sua própria arte. Ao chegar em São Petersburgo, Anita Malfatti foi recebida por Alexander Yakovlev, um importante crítico de arte russo que se tornaria seu guia e amigo. Yakovlev apresentou Anita Malfatti aos principais artistas russos da época, como Wassily Kandinsky e Kazimir Malevich, e a levou para visitar museus e galerias de arte. Foi nessa viagem que Anita Malfatti teve contato com o movimento artístico conhecido como Suprematismo, criado por Malevich. O Suprematismo propunha a abstração total da imagem, a eliminação de qualquer referência ao mundo visível e a utilização apenas de formas geométricas puras, como quadrados, triângulos e círculos. Esse estilo influenciaria fortemente a obra de Anita Malfatti, que passaria a explorar a abstração em suas pinturas.

O Retorno ao Brasil

Ao retornar ao Brasil, Anita Malfatti trouxe consigo novas ideias e técnicas que havia aprendido na Rússia. Ela começou a experimentar a abstração em suas pinturas e a utilizar cores vibrantes e contrastantes. Essas novidades chamaram a atenção dos críticos de arte brasileiros, que ficaram divididos entre admirar e criticar a obra de Anita Malfatti. Em 1917, Anita Malfatti realizou sua primeira exposição individual em São Paulo. A mostra foi um sucesso de público, mas foi duramente criticada por Monteiro Lobato, um importante escritor e crítico de arte da época. Lobato publicou um artigo no jornal O Estado de S. Paulo intitulado “Paranoia ou Mistificação?”, no qual atacava a obra de Anita Malfatti e o movimento modernista em geral. Apesar das críticas, Anita Malfatti continuou a produzir e a expor sua arte. Em 1922, ela participou da Semana de Arte Moderna, um evento que mudaria para sempre a história da arte no Brasil. Na Semana, Anita Malfatti expôs dezesseis obras que sintetizavam sua trajetória artística até então. Suas pinturas abstratas e coloridas foram muito admiradas pelo público e contribuíram para a consolidação do modernismo no Brasil.

Conclusão

A viagem à Rússia foi um momento decisivo na vida e na obra de Anita Malfatti. Foi lá que ela teve contato com o Suprematismo e com os principais artistas russos da época, o que influenciou fortemente seu estilo e sua técnica. Ao retornar ao Brasil, ela trouxe consigo novas ideias e técnicas que revolucionaram a arte brasileira e contribuíram para a consolidação do modernismo no país.

FAQs

1. Qual foi a principal influência da viagem à Rússia na obra de Anita Malfatti?

A principal influência da viagem à Rússia na obra de Anita Malfatti foi o Suprematismo, um movimento artístico criado por Kazimir Malevich que propunha a abstração total da imagem e a utilização apenas de formas geométricas puras, como quadrados, triângulos e círculos. Esse estilo influenciou fortemente a obra de Anita Malfatti, que passou a explorar a abstração em suas pinturas.

2. Como a obra de Anita Malfatti foi recebida pelos críticos de arte brasileiros?

A obra de Anita Malfatti foi recebida com divisão pelos críticos de arte brasileiros. Enquanto alguns admiravam suas pinturas abstratas e coloridas, outros a criticavam por abandonar a tradição figurativa e por se render às influências estrangeiras. Monteiro Lobato, um importante escritor e crítico de arte da época, foi um dos principais críticos de Anita Malfatti e do movimento modernista em geral.

3. Qual foi o papel de Anita Malfatti na Semana de Arte Moderna de 1922?

Na Semana de Arte Moderna de 1922, Anita Malfatti expôs dezesseis obras que sintetizavam sua trajetória artística até então. Suas pinturas abstratas e coloridas foram muito admiradas pelo público e contribuíram para a consolidação do modernismo no Brasil. O papel de Anita Malfatti na Semana de Arte Moderna foi o de apresentar ao público brasileiro novas ideias e técnicas que havia aprendido em sua viagem à Rússia e em sua estadia em Paris.